domingo, 11 de janeiro de 2009

A porta

Aquele jardim enorme, desarrumado, sujo. Folhas secas estavam espalhadas por todos os lados. Não sei onde estava, mas me parecia estar num lugar fantasmagórico. No entanto, mesmo parecendo estranho, não sentia medo.Empurrei a porta de entrada e vi quão grande aquela velha casa era. Não fosse o barulho das tábuas a ranger e algumas madeiras quebradas no chão, diria que era bonita. Caminhei por entre os cômodos da parte inferior e me chamou a atenção a cozinha estar vazia. Não havia sequer um armário velho.Pensei em explorar a parte superior da casa. Pensei e fui. Na realidade, nada de anormal lá em cima, até que... Uma porta. Ao abrir vi uma escada. Subi. A cada degrau, aquele ranger de madeira realmente me incomodava. Um pequeno cômodo em forma de circulo é o que estava no fim daquela subida. Na verdade, era uma torre muito parecida àquelas de castelos medievais.No chão, estavam espalhados muitos objetos antigos. Aquela casa deveria ser mais velha do que pensei. De repente, A PORTA. Tinha acho que um metro de comprimento, preta e de ferro.Um medo pouco a pouco tomou conta de meu interior. Aquele pavor incontrolável, inexplicável, como se algo muito ruim e medonho estivesse aprisionado ali. Um calor enorme se apoderou do meu corpo. E por um impulso só consegui fugir. Dei-me conta, então, que estava sentada na minha cama, os lençóis ensopados de suor.Apenas um sonho...Em pouco tempo, fui à casa de minha vó fazer-lhe uma visita. Tudo ia muito bem até perceber os três cômodos: A SALA DE JANTAR, O BANHEIRO E A COZINHA. Vazios! Oh, meu Deus! Eu estava ali novamente.Percebi que era a mesma casa, mudada é verdade, mas era a mesma. Ninguém mais se encontrava ali. Só eu e em minha frente ela: A PORTA. Novamente, aquele pavor tomou conta de mim e de novo despertei no meio da noite.Meses se passaram e nem sinal daquele sonho apavorante. Na realidade, nem me recordava mais daquilo. O meu mundo onírico era estava calmo e feliz. Os sonhos eram como brisa em dia quente a acalentar meu sono tranqüilo.No entanto, numa noite... Encontrava-me numa bela casa. Muitos quartos, banheiros, salas e saletas. Até que... A SALA DE JANTAR, O BANHEIRO E A COZINHA. Por mais que aquela casa se apresentasse diferente, renovada, estes cômodos sempre apareciam e a denunciavam.Entretanto, desta vez não havia porta. Já era noite, o quintal escuro. Minha irmã estava comigo. Tentamos acender a luz, todavia a lâmpada estava queimada. Mesmo em meio a escuridão, percebi que havia um construção por trás da casa. O terreno todo bagunçado denunciava o descuido e retomava a paisagem da primeira vez a qual estive no local.De repente, senti a presença de mais alguém. Nos observava. Percebi a janela aberta e compreendi que este ser tinha acesso ao interior da casa. Entrava e saia quando quisesse, sem que ninguém visse ou percebesse.Corremos. A coisa nos perseguia.--- Está atrás de nós! Está atrás de nós!Medo, pavor... Não conseguia olhar para trás. Nem mesmo sabia quem ou que me perseguia. Até que.........................................................................................................................Caída no chão. Vi-me perdida. Se tinha que morrer ou sei lá o que, pelo menos queria ver quem era meu algoz. E qual grande foi meu horror! Não era homem, nem animal. Estava diante de mim eu mesma fitando profundamente a mim.

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